Algo no que diz parece
despedida. Essa é você fugindo?
Ou é mais um entretempo silencioso?
Algo no que espero é a silhueta
de um encontro. É minha dúvida gritando
ou sua incerteza murmurando?
É só mais um tempo? Um daqueles em que fingimos
que o cotidiano ocupa os segundos de algumas palavras?
É o conforto de não precisarmos lidar com as pairantes perguntas?
O silêncio grita. E o peito grita com o silêncio.
A reticência brada. Brada, clama e protesta em mim!
Demanda uma palavra a mais
que a torne diminuta.
Não sei se detesto pensar em versos
ou se aprecio versar a mente.
Pois, é no vão do dessaber que mora
uma incerteza gelada e
uma esperança fervente. Ebulindo o desejo de um sussurro.
De um gemido.
E ainda que a calada não represente uma resposta
para as dores,
muitas delas falam baixinho na ausência da resposta. A calada
é uma resposta em si.
E por vezes ainda questiono se terei o benefício
da dúvida. Ainda que só me restem
dúvidas.
Dívidas alinhadas e divididas
para além das palavras.
Estímulos versados que querem ser
abraço, calor, mordida e suspiro.
Ato. Anti-hiato.